domingo, 1 de dezembro de 2013

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E em alguns momentos o mais difícil não é partir e sim ficar. Ficar e se sentir cada vez mais sem forças, mais esgotada, por estar à dois mas ao mesmo tempo se sentir sozinha. Ficar passa a ser um martírio, mas o costume de estar é como acorrentar-se à algo maior, algo que não se possa lutar contra, ou que não se queira lutar contra, porque no final das contas sabe-se que lá no fundo ainda resta algo, ainda que seja esperança.
Jamile Grimm

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Monstros de nós


"Dei todas as chances para que tivesses o que quer que fosse de mim. 
Agora me responsabilizas por ter optado pelo meu pior lado.
Não me julgue.
Ambos criamos monstros que habitam nossos corações,
Que se mantém quietos, reprimidos,
Monstros que tentamos esconder de nós mesmos.
E desculpe-me, meu bem, despertá-los não cabe à nós, seus próprios donos,
Mas aos outros.
Porém, dominá-los muitas vezes independe de nossos controle.
É preciso paciência, destreza, confiança...
Pois aquilo que despertas mostra-se, muitas vezes, difícil de adormecer novamente."

Jamile Grimm

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sentir sozinho, caminhar sozinho.



"Somos ensinados a sempre voltar o olhar e o coração para os sentimentos que os outros despertam em nós. Mas estamos constantemente despreparados para lidar com o que o outro apaga. Da mesma maneira que um sentimento começa, ele termina, e algumas das vezes as duas decisões não dependem de nós. A verdade é que, por mais clichê que pareça, nenhum sentimento de fato sobrevive sem cuidados, como uma planta. Você começa caminhando bem, acompanhado, partilhando da mistura de emoções, boas emoções que sente. Num dado momento, parece que começas a andar mais a frente, um pouco mais distante, porém, nutrindo aquela sensação boa - repare que, o que era sentimento, torna-se sensação. E a cada passo você percebe que está mais sozinho, até que aquele sentimento torna-se um fardo, a ponto de não conseguir associar nem a uma boa lembrança. Sim, é necessário reconhecer que você se esforçou, que muitas vezes o que sentiu foi mantido por você mesmo. Mas nenhum sentimento sobrevive se auto-nutrindo. Assim como nenhum amor sobrevive se caminha sozinho. Amor foi feito para se compartilhar com o outro, mas apenas se existe o outro."

Jamile Grimm

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Eu te amo" não diz tudo - Arnaldo Jabor


Você sabe que é amado(a) porque lhe disseram isso?
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, 
Que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é ver como ele(a) fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água. 
Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão. 
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; Quem não levanta a voz, mas fala; Quem não concorda, mas escuta. 
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

Crônica do Amor - Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. 

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Reflexão do dia:

"Estejas tranquilo à respeito de suas atitudes e o comportamento alheio não lhe afetará. 
Afinal, o que nos incomoda no outro, pode ser o que tentamos esconder em nós mesmos."


Jamile Grimm

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

19/11/2012

Sempre encarei como um desafio encerrar ciclos em minha vida e entender que, com a passagem destes, muitas pessoas também se vão. Tomar decisões também nunca foi o meu forte, tornando então a situação cada vez mais complicada. Nos dias atuais, tenho levado comigo cada vez mais a frase "é preciso saber parar", embora eu ainda não saiba muito bem como colocá-la em prática. Mas acredito ser de grande vantagem já entender que algo precisa ser mudado, sempre. Estamos em constante mudança, e eu preciso saber lidar com elas, e comigo.

"O previsível pode dar uma falsa ideia de segurança, mas a graça da vida é de fato a surpresa!"

Jamile Grimm

Amor saudável e amor doentio - Martha Medeiros


"Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores.

Mas não são. E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece?

A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa mais arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.

[...]

Que reações imprevistas seu amor desperta em você? Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.

O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos. Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada. O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão."