"Há muito tempo atrás, existiu um cavaleiro medieval. Toda tropa orgulhava-se dele em batalhas por manter-se de pé e defender seus interesses com unhas e dentes. A cada vitória, o cavaleiro se retirava e passava horas a meditar. Os seus companheiros de guerrilhas nunca entendiam muito bem esse seu jeito fechado, sempre encarando seu escudo e cuidando para que este não ficasse danificado ao ponto de prejudicar suas batalhas. O cavaleiro, apesar do cuidado, o olhava de maneira pesada, como se tivesse em sua frente o maior motivo de sua angústia. Angústia... Esta sim era a palavra certa para definir o coração petrificado do cavaleiro. Certa vez, visando entender seu comportamento, seus companheiros esconderam dele o escudo (que por sua vez, ficava perto do cavaleiro até mesmo fora de batalhas). Ao se dar conta do ocorrido, o procurou bem rapidamente, sem sucesso. Então, saiu. Daquele dia em diante, nunca mais se viu o cavaleiro. O máximo que conseguiram descobrir é que agora levava uma vida tranquila e feliz." Por mais difícil que seja, muitas vezes é necessário desfazermo-nos de escudos que criamos. O colocamos a nossa frente a fim de evitar feridas nas batalhas, porém, acabamos sem forças de tirá-lo e este impede que seja vivida toda uma história que se passa ao seu outro lado...
Jamile Grimm
" Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. "
Fernando Pessoa
Jamile Grimm
" Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir – é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. "
Fernando Pessoa
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